Seja feliz hoje – Parte 14

Não feche circuitos II

Sem euforia

Seja sincero: Você acha correto isso? Considera essa uma forma adequada de encarar e viver? Acaba virando um problema, porque quem fixa uma meta de maneira rígida e fechada acaba bloqueando suas manifestações de bem estar, tornando-se uma pessoa insensibilizada. Podendo, inclusive, cultivar estados de irritação, tristeza e sofrimento, acalentados até mesmo pela falta de discernimento ou por capricho pessoal.

O fato é que essa escravização aos próprios critérios torna quem os adota infeliz. Às vezes, a pessoa, por meio de uma atitude dessa fecha conceitos e perde o mais importante de tudo que é o sabor da vida. Não sente a alegria de conversar com um filho ou um parente, não sente o prazer de fazer um almoço, não tem a alegria de ir para o trabalho e desperdiça momentos que poderiam ser felizes, para sofrer lá na frente.

É isso mesmo. Tem pai que aposenta depois de ter trabalhado 40 ou 50 anos e sente um arrependimento danado de ter ficado dentro do serviço quase a vida inteira. Porque perdeu a chance de conviver com a família: “Ah, porque eu não tinha tempo!” Quer saber? Na verdade, tinha tempo sim. A questão toda é que ele não soube administrar.

A dona de casa ficou a vida inteira lavando roupa, arrumando e fazendo comida. Deixou de fazer coisas interessantes porque, segundo ela, não podia. Mas tinha tempo sim.

Infelizmente, tem muita gente que aprende isso depois de não sei quantas décadas. O que só pensava em trabalhar aposenta e o trabalho continua em grande volume.

E quantos, depois de uma tremenda luta nesta vida, não desencarnam debaixo de frustração? O que viveu exclusivamente para a família lamenta, porque assim que desencarnou o filho mais velho saiu de casa, o do meio brigou com a irmã mais nova e a situação familiar virou um alvoroço. Outro, que passou o tempo todo numa correria, descobre depois que tinha tempo e também fica entristecido. Porque transformou a chance operacional da tarefa dele num fechamento de circuito, sem ter lido sequer um livro edificante.

E no plano espiritual o que não falta é argumento. Tem de sobra, para todos os gostos:

“Se eu quisesse, poderia ter dado um pouquinho de atenção. Deveria ter valorizado mais o lado espiritual, o jeito de amar, de compreender e de entender. Não valorizei porque estava cego. Fiquei debaixo de um processo auto hipnótico ou auto sugestivo.”

“Olha, lá embaixo eu não tive tempo. Meu trabalho não me deu condições. Era de sol a sol, e eu fiquei por conta disso.”

“Na minha casa o meu povo não me deixava sair.”

O fato é que é imenso o número de companheiros que levam a vida presos nisto ou naquilo, e não se dedicam a coisas que deveriam ter como essencial. Passam a vida sem amar.

Solução efetiva

Todos nós temos falhado por não montar estratégias e ficarmos acentuadamente cristalizados e escravizados a um sistema que geralmente nós mesmos é que estabelecemos. Vez por outra recebemos chamados para modificar determinadas posturas, e precisamos aproveitar esses momentos. Precisamos de inteligência, porque até para errar menos precisamos parar um pouco. O que não podemos é fechar circuitos.

É certo que tentamos dar o melhor em nossas tarefas, todavia cabe-nos fazer um desbloqueio desses pontos, porque todas as vezes em que fechamos em cima de um componente nós costumamos sofrer. Por isso, ao surgir um problema sério em sua órbita não o deixe preponderar em sua mente. E você irá notar que ao reduzir-lhe a valorização esquecerá suas dores e dificuldades e dispensará tempo maior aos momentos bons.

Por outro lado, existem criaturas que trabalham diariamente com cada tijolo que dispõe na construção de uma vida melhor e avançam. Eu, particularmente, fico admirado quando vejo alguém que, ante um sufoco que está vivendo, consegue manter o sorriso no rosto. Você também não admira? Sem contar que muitos que conhecemos sabem se fazer presentes nos compromissos que decidem levar a efeito. Apertam daqui, ajeitam dali, mudam o horário, mas não abrem mão do que consideram importante.

Não podemos nos cristalizar em falsas noções que já nos prejudicaram no dia de ontem. É evidente que se temos uma prova para fazer provavelmente tenhamos que sacrificar alguma coisa, mas não podemos tamponar a atividade que consideramos prioridade. É um treinamento que nos compete fazer para que possamos vibrar com aquilo que propomos. Valendo lembrar que o amor que estamos edificando não tem como ser guardado no cofre. Ok? Isso precisa ficar claro. Ele quem que ser dinamizado.

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