Abasteça-se e aproveite os momentos bons I
Gradatividade
É preciso entender que não existe uma vitória global para o ser como as religiões propõem. É em razão dessa conceituação que muita gente fica sentada no caminho por cansaço e desânimo. No fundo, nossas vitórias são etapas sobre determinadas áreas da personalidade.
Agora, é evidente que algumas conquistas apresentam uma abrangência maior que outras, no sentido de que quase mudam a nossa vida. Todavia, o que não podemos é ficar esperando encontrar o território da felicidade de uma maneira completa e globalizada.
Ah, Marco Antônio, quer dizer então que a vida é um sufoco? Não, a vida é uma continuidade. É uma sequência de buscas, fatos e situações que se sucedem que a vão elaborando.
Portanto, de forma alguma vamos entrar nessa de acreditar em felicidade de improviso. Isso não existe. O que pode acontecer é ela vir num prazo menor do que imaginamos, mas vai ter que ser passo a passo, ponto a ponto e conquista a conquista na nossa luta. Afinal de contas, é aos poucos e gradativamente que as coisas vão dando certo.
Uma das questões que tem feito a humanidade sofrer hoje, neste mundo em convulsão, é a tentativa de querer erguer a felicidade da noite para o dia. Muita gente briga à toa, se desgasta e é abraçada pelas forças inferiores exatamente porque está apressada. E vale lembrar que às vezes temos um projeto que não pode ser alcançado enquanto não desativarmos alguns lances que são impeditivos para o alcance dessas linhas.
Perda de oportunidades
O fato é que não estamos acostumados a realizar no meio do sufoco. Os problemas nos envolvem de uma tal maneira, a nossa mente gira em um plano sistematizado tão apertado e complicado, cheio de marcas, que costumamos atropelar muitos momentos de paz.
Ficamos tão envolvidos em um parâmetro limitado, que quando chega aquele espaço e aquela situação que pode nos acalentar, nós simplesmente não entendemos e brigamos. Deixamos de viver uma série de experiências benéficas, porque passamos por elas sem analisar e sem observar. E o pior, sem aproveitar o que tinha para nos oferecer.
Não fique triste não, mas temos deixado muitas oportunidades amplas se perderem.
Às vezes, por um estado menos feliz da nossa intimidade, deixamos de participar de muita coisa boa e prazerosa à nossa volta. No meio de um deserto causticante comumente não tem um oásis? E sabe o que acontece? Por nos acharmos muito tristes, atribulados e desanimados passamos de olhos fechados pelo oásis, de tão preocupados que estamos com a etapa a seguir, que simplesmente não nos dessedentamos.
Eu não sei se você está acompanhando o raciocínio. Esse é um fator pela qual as encarnações trazem um percentual enorme de repetição. Porque vivemos a situação e não assimilamos, não aprendemos a incorporar certos padrões que a vida nos oferece.
Todos nós convivemos com alguns companheiros que ocasionalmente nos ensinam isso pela própria experiência. Geralmente lamentam as oportunidades que desconsideraram, o abraço que não deram e as chances veladas que surgiram e rejeitaram.
Então, vamos ter cuidado. É por não entendermos que as circunstâncias e os próprios momentos de desconforto são passos importantes para os nossos objetivos, que temos desperdiçado muitos momentos importantes. Às vezes, o fato chegou, passou e não volta mais. Foi aquela vez. Não volta mais nesta vida, e nós perdemos uma chance valiosa.
Resultado: não vamos deixar as paixões nos envolverem demais nos aspectos da negatividade, tampouco deixar que outros eventos importantes se percam. Não vamos deixar o nosso deserto ficar sem um oásis. Pelo contrário. Porque sabendo observar no deserto o oásis, e o valorizando, esse oásis passa a ser para nós algo abençoado.