A verdade vos libertará – Parte 10

A prova afere I

Após o aprendizado vem o teste

O valor informativo delineia um caminho novo, e esse caminho novo tem um sentido desafiador para nós. Vamos notar que todas as vezes em que assimilamos uma soma de padrões nós entramos num plano de desafios. E não há como ser diferente. São verdadeiros desafios que nos surgem quando começamos a ter, vamos dizer assim, uma certa liberdade de operar. Afinal, toda aquisição tem o seu preço.

Então, preparemo-nos, porque vai ter sacrifício. Vai ter luta. E vamos ter que enfrentar, a definir que sempre existe um preço para a fixação dos novos padrões assimilados.

Basta lembrar que o mecanismo educacional se dá pela ação. Não é assim? “A cada um segundo as suas obras”. Se fosse segundo as nossas concepções já estaria todo mundo salvo, de asas nas costas flutuando por aí nas altas esferas espirituais.

Imagine que eu comecei a estudar e li duzentos livros. No entanto, se eu ficar no plano teórico daí a pouco mistura tudo na minha cabeça e entro em desajuste, porque o processo assimilativo passa a se fechar. O processo é assim: eu começo a receber, abre; se eu não passar a exteriorizar e dinamizar vai fechando. Daí a pouco isso vira uma mistura de confusões, porque não estou irradiando o que estou aprendendo.

O que todo professor e todo chefe de serviço faz? Inicialmente, ensina os seus alunos e auxiliares novos com paciência e considerável dedicação, para depois exigir deles expressões práticas de aprendizado e de trabalho próprio. É assim que funciona.

A prova

Nós sempre somos testados após a chegada do conhecimento informativo. Para ser mais exato, somos testados ou provados na parte prática das experiências, de onde fica fácil concluir que todo o mecanismo de crescimento se embasa na prova.

Eu não estou aqui para dizer que temos que sofrer para nos elevar, tampouco defender uma sistemática masoquista para o progresso. Porém, temos que aprender, de uma vez por todas, que somente a prova é capaz de projetar o ser nas linhas da evolução.

Podemos até não dar crédito a isso, e achar que é exagero, mas com o tempo aprendemos que a lei das provas é uma das maiores instituições universais para a distribuição dos benefícios divinos. Para se ter ideia, apenas ela é capaz de projetar alguém nas linhas ascensionais. Não há como adquirir ou conquistar sem passar por ela.

É ela que praticamente propicia a nossa entrada em uma perspectiva nova. Visando promoção, avanço ou progresso, seu objetivo é sedimentar um piso seguro para um novo processo ou uma nova etapa. Isso significa, por sua vez, que o trabalho na aplicação dos padrões arregimentados vai exigir parcelas de sacrifício e paciência.

São inevitáveis  

Não adianta, sempre somos desafiados pelo conhecimento que chega. E as lições vão surgindo, à maneira de testes inevitáveis dos quais não há como fugir. Por isso é necessário ter tranquilidade quando as tarefas se nos abrem. É aí que somos testados.

E precisamos da prova, porque apenas a teoria não é capaz de nos projetar. Da mesma forma que o plano espiritual não pode quebrar o ritmo das leis do esforço próprio, a direção de uma escola não pode resolver os problemas para os seus alunos.

Daí, pense comigo: um pai não pode satisfazer mecanicamente o quadro de felicidade de seus filhos, correndo o risco de exterminar em cada um deles as faculdades mais brilhantes, tanto quanto um professor, por melhor que seja na arte educacional e por mais interessado que esteja em ajudar, não pode chamar para si os deveres alusivos aos seus aprendizes, sob a pena de subtrair-lhes os méritos da lição.

Ninguém, em sã consciência, pode negar que caminhamos debaixo da misericórdia divina. Todavia, o amparo superior não pode interferir no processo que nos cabe vivenciar. Na tarefa de elevação espiritual, é justo que o aprendiz aguarde o momento de verificação das próprias possibilidades, razão pela qual nos círculos da vida ninguém deve esquecer a necessidade do ensinamento gravado em si próprio por meio da prova.

E ninguém escapa a esse imperativo. Ninguém! Até os discípulos do Cristo devem aguardar naturalmente oportunidades de luta em que necessitarão aplicar, mais extensa e intensivamente, os ensinos superiores. Vale lembrar que as virtudes, como o amor, a fé, a paciência e a esperança representam conquistas para a vida eterna realizadas com o auxílio do Mestre, porém, todos os aprendizes devem contar com experiências necessárias que, no instante oportuno, lhe provarão as respectivas conquistas.

Então, ficou claro? Quem aprendeu vai ter que provar. Não há como alguém se projetar para novo piso sem passar pelo teste. De forma alguma progredimos sem os desafios.

Agora, essa prova a que estamos nos referindo não é a prova de um vestibular, de um exame em alguma escola ou de um concurso público que fazemos. Nada disso. É no sentido abrangente. É uma prova ante os próprios acontecimentos da vida.

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