A verdade vos libertará – Parte 13

A prova afere IV

Visão mais abrangente

Em tese, consideramos qualquer desconforto e imprevisto como um obstáculo e verdadeiro problema para nós. É que ainda temos a nossa renovação estruturada em um mundo de expiações e provas, razão pela qual nutrimos tantos temores e tantas preocupações. O momento que estamos vivendo não é o momento dos processos acabados, mas basta um pequeno ajuste para adquirirmos a vivência que marca a regeneração.

Os testes, aparentemente maus em suas investidas, obedecem à força divina  que tudo encadeia para o progresso e o aperfeiçoamento. Como o testemunho não está na rotina, alguns contratempos representam a prova que a gente faz na escola, pois os conhecimentos iniciais da aprendizagem não são uma conquista efetiva do ser.

Esse entendimento nos ajuda a ter uma visão mais abrangente e compreender que as dificuldades, sob o ângulo espiritual, não são obstáculos, são aberturas de portas.

 Na hora do teste

E vamos a uma notícia boa? Antes de começar o sufoco, nós recebemos tudo o que é possível em termos de esclarecimentos e informações. Somente depois da orientação é que vem o teste. Se você não sabia disso, aprenda enquanto é tempo. O bonito é que em todo sistema de aprendizado primeiro nós somos auxiliados por aqueles que nos tutelam. É por aí que enchemos as nossas reservas de modo a obtermos energia e não sucumbir na hora em que precisarmos mergulhar nas dificuldades.

Vamos a um exemplo para clarear?

Imagine um edifício comercial com vários andares. É dia de semana, horário de expediente e todo ele em plena atividade. O Corpo de Bombeiros chega para promover um exercício de evacuação rápida dos indivíduos que ali trabalham: “Pessoal, hoje vamos fazer com vocês um exercício de simulação de incêndio. Vamos ensiná-los determinados procedimentos para a evacuação em caso de fogo ou em razão de algum problema que exija uma saída rápida sem a utilização dos elevadores.”

Esclarecimento feito, começa o treinamento. Eles ensinam, todos aprendem a forma correta e descem as escadas devagar para assimilar. O resultado é êxito absoluto.

Agora, no caso de uma emergência ou necessidade real não é hora de aprender a descer. Ficou claro? No momento em que o desafio aparece a hora é de aplicar. Da mesma forma em que instantes antes de uma prova ou da realização de algum exame também não é hora de aprender. A hora de aprender foi antes. O momento do aprendizado é um. Geralmente vem antes, com calma. Quando se trata de aferição, a hora do teste é o momento em que vale o investimento nos valores recebidos.

Isso não pode passar desapercebido. Hora do desafio é a hora de aferir, não de aprender. É a ocasião de trabalhar na aferição da conquista, não no despertar do conhecimento.

Aliás, a dificuldade de muitas pessoas está exatamente na implementação do valor recebido na faixa operacional, ou seja, na aplicação da revelação recebida. No momento de demonstrar o que aprenderam hesitam, duvidam, retrocedem e fraquejam. Não passam na prova e aí complica. E se não passam vão ter de repetir tudo de novo.

Então, não vamos brigar com as alterações de percurso, nem com os episódios que não estavam previstos e aconteceram. Precisamos entender que o conflito é uma coisa natural. Há períodos em que trabalhamos no investir e outros em que nós vamos ter que usar a determinação necessária para gastar o investimento. Porque as lições preparam, os problemas propõe, as provas definem e as atitudes revelam. Esse é o programa.

Quando uma situação que não estava no programa acontecer, analisemos as circunstâncias e nada de deixarmos as atribulações nos derrubar. Com paciência, discernimento e bom ânimo a gente vence. Quanto mais abrirmos o coração no interesse aos padrões superiores da vida e investirmos, definindo a prioridade de cada instante, mais a prova vai se reduzindo na sua intimidade e criando aspectos novos.

E vamos notar que por ocasião das provas nós nos achamos aparentemente sozinhos. Eu disse aparentemente, porque os que estão próximos, e torcem por nós, não podem interceder nesse momento próprio da aferição. Vivemos um período de treva ocasional, até concluirmos que essa treva não é tão escura como pensávamos que fosse. Por outro lado, ficamos numa alegria danada quando saímos vitoriosos.

Outro ponto interessante: na prova descobrimos que podemos viver só, mas se queremos a felicidade no íntimo do nosso coração, de forma alguma devemos viver só.

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