A verdade vos libertará – Parte 17

A testemunha fiel

Conceituação e fidelidade

“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da Terra. Aquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados.” Apocalipse 1:5

Se vamos abordar o assunto, para início de conversa o que é testemunha? Testemunha é referência à criatura que é chamada a depor, chamada a dar prova, atestar a verdade de um fato que ela, em tese, viu ou ouviu. Ok? Testemunhar equivale a confirmar, comprovar, demonstrar. E na acepção profunda da palavra, apresenta aquela posição que não tem um sentido puramente oral, mas um sentido de vida.

A expressão “testemunha fiel” (fiel significa exato, verídico e verdadeiro) quer dizer testemunha legítima dos padrões divinos de amor que se irradiam pelo universo e que visam garantir a sua sustentação. Aquele que age com observância rigorosa da verdade, que cumpre ao que se obriga, que é leal, honrado, íntegro, digno de fé e probo.

E como não se trata de fidelidade a um componente de fora, é a coerência entre o que uma individualidade sabe intelectivamente e o que ela faz. Significa a capacidade de operar segundo o que a sua estrutura íntima e clara da vida mental propõe.

Em suma, fiel é aquele que já vive segundo as propostas que elegeu. Existe de sua parte um processo alimentado e realimentado de responsabilidades, em que procura manter a coerência entre aquilo que faz e aquilo que conhece informativamente. E por trabalhar dentro da soma de caracteres que possui, e que a sua mente sente que é uma realidade, ele consegue estar em paz com a sua consciência. De forma que quanto mais a sua ação refletir a essencialidade irradiada do plano maior, segundo o seu campo de percepção, maior fidelidade ele implementa nas ações.

 Jesus

A testemunha fiel e verdadeira mais autêntica que a humanidade conhece é Jesus. Homem algum dos que passaram pelo planeta alcançou as suas culminâncias. Ninguém no mundo foi mais seguidor do respeito e da ordem do que Ele. Como filho, refletiu as qualidades, os atributos e os poderes do Pai. Em todas as circunstâncias o vemos interessado, acima de tudo, na lealdade a Deus e no serviço aos homens. Veio com uma vivenciação acima de todas as nossas condições operacionais, implementou um sistema de amor e o atestou pela vivência, como uma testemunha viva.

Deus e a imortalidade constituíam os temas fundamentais dos seus ensinamentos. Testemunhando de Deus em nosso terreno, a experiência vivenciada por Ele tinha sentido de verdade. Não apenas falava, posicionava-se como espelho. Ou seja, falava e demonstrava. Ensinando orientava, e vivendo confirmava o que ensinava. Prova disso é que o vemos à mesa junto dos pecadores, dirigindo-se fraternalmente a meretrizes e ministrando o testemunho derradeiro no meio de ladrões.

Os discípulos e nós

“Mas recebereis o poder do espírito santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins do mundo.” Atos 1:8

A forma como os padrões dimanados da misericórdia divina passam a ser concretizados é pelo testemunho. Esses componentes tornam-se palpáveis por parte daquelas criaturas que conseguem entrar em ressonância com o plano informativo que chega.

Daí, nós vamos observar que toda a autoridade dos discípulos, àquela época, estava relacionada com a capacidade deles em testemunhar o que recolheram de Jesus.

O tempo passa e somos hoje chamados a esses testemunhos. Ou você acha que o Mestre divino não precisa de auxiliares com atribuições de prepostos e testemunhas em toda parte? Em um estudo como este, por exemplo, pela profundidade e clareza das orientações, estamos sendo convocados a ir para muito além da fisionomia puramente religiosa. Estamos sendo convocados a testemunhar. Afinal, guardadas as distâncias entre nós, Simão Pedro e Paulo, dentre outros, observamos que se eles mudaram suas vidas não também temos condições de fazê-lo.

Quando nos tornamos testemunhas

A orientação dimana dos planos superiores e compete a cada um de nós assimilá-la na faixa mental do superconsciente. E quando efetivamos na linha prática da vida uma ação segura, com humildade, espírito de trabalho, disposição, fraternidade, respeito e reverência ao Criador também nos tornamos testemunhas. Daí, testemunhar Jesus é atestar no plano prático o que Ele ensinou, é vivenciar o conhecimento.

Esse é o caminho, porque quando a verdade nova chega nós temos que ser fiéis a ela, de modo a incorporarmos o valor assimilado e obtermos vida íntima em parcelas mais ampliadas.

Ao penetrar o coração de um homem, Jesus o converte em testemunho vivo do bem. E ao alcançar Jesus, esse não se limita a palavras brilhantes, mas vive o que aprendeu.

Conclusão

A melhor coisa que tem, e nós temos aprendido isso, é a  gente conseguir ser um instrumento fiel, porque o instrumento fiel é o primeiro a receber luz para transportar aos outros. Percebeu? Ele passa a estar constantemente em um banho de luz.

Para isso, procuremos irradiar caminhos, mas com amor. Perguntemos a nós mesmos, constantemente, como Jesus faria o que estamos fazendo, uma vez que dispostos a ser servos dele somos chamados a retratá-lo em todas as situações com fiel expressão.

Ninguém demonstra conhecimento efetivo do evangelho dialogando, embora isso faça parte da proposta de crescimento. Sem as possibilidades de refleti-lo para o próximo, através de um esforço constante de aplicação pessoal, podemos ser excelentes pregadores ou notáveis simpatizantes da sua doutrina, mas não testemunhas.

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