A verdade vos libertará – Parte 21

Sentido vertical II

O plano aplicativo

Ao longo deste estudo temos batido constantemente na tecla de que todos nós, sem exceção, vez por outra somos chamados de alguma forma a cooperar com alguém.

E esse chamado tem um sentido prático. Por uma questão muito simples: é que nós apenas conseguimos nos elevar espiritualmente tendo como ponto de sustentação para essa subida criaturas com as quais interagimos. Ou seja, só subimos aproveitando o ombro (ombro como sendo referência ao campo operacional) de quem está embaixo, sem menosprezar ou sacrificar, obviamente, o que está embaixo.

Não tem como alguém evoluir por si mesmo isolado do contexto em que está ajustado.

Por isso, as pessoas, aquelas com quem interagimos, é que garantem a nossa promoção. Deu para entender? Nós queremos ascender, e até podemos visualizar o degrau, no entanto, para atingirmos o degrau só os outros nos guiam até lá. É algo que precisa ficar claro. Os elementos com quem lidamos são instrumentos projetores da evolução, componentes que vão nos oferecer o piso ou o plano de elevação, servem de campo em que vamos operar (por isso referimos a ombro como ponto de sustentação).

Nesse intercâmbio substancialmente divino, o que recebe aprende e o que dá cresce.

Sempre estamos num ponto intermediário, recebendo de cima e aplicando para baixo. Para ajudar (embaixo), a criatura que já teve o vislumbre (de cima) tem que entender que ele tem que ser servo, tem que descer, pois quem não dá exemplos nobres passa inutilmente pelo mundo. O santo não é o que se isola nos altares do orgulho espiritual, mas o que desce da sua grandeza e auxilia os que sofrem.

Daqui para a frente, se nós não aprendermos a lidar com as pessoas em algum grau de desajuste, de sofrimento ou em posição inadequada simplesmente não vamos caminhar. É preciso fazer resplandecer a nossa luz para que ela brilhe, pois o caminho percorrido pelo homem que se ilumina está cheio de individualidades dessa natureza. O criador cerca os passos do sábio com as expressões da ignorância, a fim de que a sombra receba a luz e para que essa mesma luz seja glorificada.

Pode haver em nosso círculo de relação alguém que ninguém aguenta, mas se ele está presente é porque faz parte do nosso corpo de necessidades. Daí, temos que ter dentro de nós valores que possamos utilizar, seja no sentido de lhe ajudar ou pelo menos de administrar a situação, de modo a não paralisarmos nosso plano de subida.

Isso vale para tanto para o necessitado que chega como para o complicado que às vezes está tentando acertar o caminho e se desvia. Se não podemos subtrair os culpados às consequências dos erros a que se tornaram incursos, não devemos permitir que esses vencidos sejam desamparados, desde que realmente queiram auxílio.

Além do que, quando os rejeitamos damos uma demonstração de que ainda estamos travando nossa luta reeducativa, que nos situamos na fase de adaptação, aprendizagem e purificação. E quando os aceitamos é porque já entramos nas faixas do amor.

Auxílio para todos

Não há como provar a auto iluminação em plena luz. Eu não vou criar uma lanterna e usá-la ao meio dia para ver se clareia. É evidente que ela vai ser ineficiente.

Utilizemos o conhecimento recebido para aprimorar nossa compreensão ante os que se afastam do caminho reto e tropeçam nas estradas. Aprender a conviver, valorizar e instilar pensamentos de sublimação nos que nos cercam, porque vai ser difícil obtermos êxito em nossos projetos se não abrirmos o coração para os mais necessitados.

Atrás de uma personalidade que nós rejeitamos, desconsideramos ou brigamos tem um filho de Deus. Todos nós já tivemos lá atrás, em outras oportunidades, amigos que emergiram e foram em frente e estão hoje nos estendendo as suas mãos. Da mesma forma, só avançaremos se estendermos as nossas àqueles que não tem determinados graus de segurança, informação e consciência.

Conclusão, só há uma forma de refletir a grandeza de Deus: ajudando quem precisa.

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