A verdade vos libertará – Parte 6

A aplicação e a formação

Informação não é tudo

A informação é o primeiro lance da educação, o que preceitua que o estudo é fundamental e é necessário ingerir padrões para um sistema de vida adequado. Todavia, ela não é tudo.

Se a nossa afirmação resultasse exclusivamente de elaborações mentais, provavelmente não estaríamos aqui estudando. Então, não adianta só ficar lendo e assimilando. Não é o conhecimento teórico que vai nos colocar em uma posição nova. Apenas a segurança informativa é ineficiente para a harmonia íntima, porquanto o esclarecimento é parte do aprendizado. E nós já tentamos adquirir o novo piso pela teoria e não deu certo.

A informação prepara e possibilita a visualização do caminho. Ao tempo em estudamos, passamos a compreender que existe uma linha de relação entre os valores revelados e o embasamento que cada um de nós vai apresentando. E surge um desafio: o de fazer, de realizar. Vai ser necessária a faixa operacional, uma vez que para o acesso efetivo a novas bases é preciso aplicar de forma conveniente o que se aprendeu.

Não basta apropriar conteúdo. Precisamos agir como refletores do pensamento divino no plano em que estamos situados. Afinal, não há como eleger uma padronização mental de modo adequado e seguro sem a manutenção da disposição de investir no ponto capaz de criar o registro interior dentro de nós a nível de reflexo.

Encher a cabeça de componentes que nos ajudem a fazer diagnósticos, que possam nos entreter, nos mostrar que somos isso ou aquilo ou que temos que ser isso ou aquilo não quer dizer nada. Catalogar conceitos não significa vivê-los, como ensinar o caminho a viajores não demonstra conhecimento pessoal da jornada. Em qualquer situação, a letra incorporada só vale se lhe dermos a aplicação necessária.

O que dizer dos que estudam sempre, sem aprenderem no terreno das aplicações? Ou dos companheiros, portadores de luzes verbais para os outros, que nunca iluminam a si mesmos? Qualquer estudo nobre é valioso, e só será capaz de nos possibilitar progresso quando perseverarmos no adotamos. E se permanece inerte na alma de quem aprende, para que serve? É semelhante ao alimento escondido àqueles que choram de fome.

É a aplicação que dá forma

Em primeiro momento nós temos a informação, que vem de fora para dentro, e no segundo momento vamos ter que trabalhar a aplicação ou vivência desses padrões assimilados, de dentro para fora, de modo a produzir numa nova forma.

Ou seja, nós vamos trabalhar para a fixação desses valores, pois é a vivência que solidifica e incorpora a teoria. É na operação que fixamos efetivamente os recursos aprendidos. De modo que não tem outro jeito, é pela linha realizadora que conseguimos operar a formação dos caracteres que definem uma nova postura íntima. Basta saber que a regeneração é com base na linha operacional, não apenas teórica.

Se o conhecimento teórico nos coloca na antessala da libertação, a garantia do aprendizado está na linha direta da capacidade irradiadora dele em um plano realizador.

Um estudo equilibrado abre largo território para a aplicação, porém a conquista efetiva não se dá pela assimilação didática de um conteúdo, e sim pela sua utilização. É a prática do conhecimento, no plano vivo do dia a dia, que nos possibilita ascensão.

Temos que entender: a legítima propriedade vai depender do plano aplicativo. A aquisição depende de uma operação, e só possuímos com legitimidade quando aplicamos.

Tem muita gente que acha que os livros e os estudos é que fazem o papel de descobrimento, mas o que eles de fato fazem é abrir caminho para que venhamos a descobrir pela ação. No momento em que introjetamos um componente novo a nível informativo, vamos ter que transformar essa linha informativa em um plano formativo educacional. E é pelo trabalho que isso funciona. É no trabalho que vamos conseguir sedimentar o aprendizado. Em outras palavras, não há como transformar o ensinamento que percebemos intelectivamente em instrumento projetor sem a devida aplicação.

A imperiosidade e o processo

A vivência do conhecimento é indispensável para a aquisição dos valores iluminativos que enobrecem o espírito. Daí, não basta saber, é preciso aplicar de maneira útil o conhecimento. Logo, vamos procurar aprender, mas vamos também fazer!

Ao surgir um padrão informativo na rotina, apontando-nos um caminho novo, ele começa a projetar nosso campo mental para a frente e vai exigir experiências para fazerem a aferição.

Captamos a verdade de cima, e ela se transforma em vida quando continuadamente a vivenciamos. Ficou claro? A abertura inicial pela linha informativa, e a devida aplicação, ocasiona a incorporação efetiva do que temos recolhido.

Porque os valores, a princípio assimilados, permanecem teoricamente em nós, e pela faixa experimental incrustam-se em nosso interior. Por isso, não adianta querer apropriar de algo sem executar. Todos nós, sem exceção, evoluímos dentro das linhas de informação e formação. Apropriando conteúdo e o sedimentando pela prática.

Por mais respeitável que seja o teórico, os seus conceitos, quando não experimentados na prática, tornam-se adorno intelectual para a vaidade. Não há outro caminho, temos que nos lançar no campo teórico e em seguida trabalhar operando no campo fixador da aprendizagem. Essa é a proposta que se abre na atualidade: apropriar conhecimento e elaborá-lo no campo prático do dia a dia, com paciência e equilíbrio.

Vamos guardar o seguinte: conhecimento é o que entra, mas o que dá acesso é o que sai. Porque o que vem a nível informativo não é propriedade nossa. Possuímos o que damos, não o que recebemos. Pelo que recebemos a gente se informa, e pelo que damos, pelo que fazemos, a gente forma. Recebendo a criatura ganha o título, oferecendo ganha a autoridade. O plano formativo, de formação, de solidificação, decorre do que se faz. Pelo dar, pelo oferecer, pelo fazer, é que formamos caracteres fundamentados em amor.

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