A verdade vos libertará – Parte 7

A educação

Introdução

Tem muita gente por aí que conhece, e conhece muito na cabeça, como se carregasse uma biblioteca inteira. Lê um livro, lê outro e não para de ler. No entanto, se as leituras fossem suficientes para a redenção elas já estariam de asas nas costas, razão pela qual não basta hipertrofiar a mente de ensinamentos de uma hora para outra.

Viver dentro de um plano teórico pode até ser um ideal para muitos indivíduos, mas com certeza esses vão acabar tristes e frustrados. O que adianta saber e não ter referências práticas que possam auxiliar a engrenagem da vida? O processo não se resume a um plano instrutivo, e sim a um sistema educativo formativo. Decorrente do quê? Do conhecimento e da sua consequente aplicação.

Isso nos faz concluir que a autoridade informativa ganha força é na medida em que se começa a operar com discernimento e segurança os padrões que vão sendo recebidos.

O que leva à frente não é a informação sozinha. O que projeta é o saber pela linha informativa aliado à capacidade aplicativa desse conhecimento. Temos que estudar, assimilar, tirar conclusões e agir com discernimento. Existe um processo de titulação pelos valores informativos retidos e uma linha aplicativa que nutre a pessoa de experiência. E entre a soma de valores arregimentados e a realidade vivencial há uma distância.

Pseudoconhecimento

Se não houver uma contrapartida operacional do que aprende, a criatura acha que está aprendendo e não está. O que ela está fazendo é sofisticar o seu campo psíquico.

Enquanto não colocar no campo prático o conhecimento que recebe, de modo a gravar os caracteres dentro de si e possuir o substrato dele, fica achando que está entendendo e que é a maior, e no fundo não está entendendo nada e nada é. Ela pensa que sabe, só que não sabe.

Vale lembrar que conhecimento sem vivência, fundamentado unicamente na linha informativa, não é conhecimento, é pseudoconhecimento. A verdade intelectiva é um pseudo saber. O conhecimento de fato se instaura em nós quando ele começa a fluir.

Em suma, conhecimento real é com base na ação. Sem a vivência não existe conhecimento, existe pseudoconhecimento, aquele que entendemos como verdade, porém não aplicamos.

Autoridade efetiva

Se não tivermos a iniciativa de laborar os padrões assimilados, ficamos retidos achando que estamos nos instruindo e não estamos. O saber não se restringe ao valor recolhido pela instrução, não surge pelo que se recebe de fora. É fundamentado no exemplo, pelo exercício experimental de dentro para fora com base no que recebemos de fora para dentro. Ou seja, ele não é o que se recebe, é o que se exterioriza.

As palavras dos ensinos são justas quando seladas com a demonstração dos valores íntimos. E só conhecemos aquilo que fazemos aplicativamente de forma consciente.

Conhecer é buscar realizar parcelas no plano prático diário. A autoridade não surge do argumento, emerge quando a razão aceita e o plano concreto se esforça por viver.

Processo da educação

Se a instrução desperta, a educação, de dentro para fora, representada no que sai da gente, forma caracteres. Como o processo é íntimo, começando a soltar os valores recebidos nós passamos a ter conhecimento.

A edificação própria é imprescindível e devemos cuidar da educação do coração com o mesmo interesse que cuidamos do cérebro. Se a ignorância intelectual é vergonhosa, a moral é mais ainda. Não vamos nos iludir: fora da autoeducação não há redenção possível. Sem ela nada vamos conseguir de positivo na obra da emancipação espiritual. É nela que está o senso da vida e a solução de todos os problemas.

A felicidade não está na linha do instruir-se, está na linha do educar-se. Essa é a ideia que estamos tentando levar à frente, com consciência, análise, roteiro e lógica.

Podemos até ignorar, mas cedo ou tarde precisaremos nos educar. Captar de um lado e operar com aquilo que a gente tem, investindo sem querer fazer mais do que as nossas possibilidade suportam. Renascer todos os dias em nós mesmos e prepararmo-nos para a vida como ela é e para os destinos que o criador nos reservou.

Sabedoria

A sabedoria, por exemplo, é uma virtude que pode ter conotações diferentes, todavia em determinados momentos vamos compreendê-la como sendo o amor que se sublima.

Não basta conhecer os aspectos científicos de uma questão, é preciso saber aplicá-los. E para que o conhecimento expresse sabedoria, ele tem que ser vivido com equilíbrio e justeza na hora certa. Podemos não ser intelectuais, porém temos que ser inteligentes para adotar providências equilibradas e adquirir sabedoria. Lembrando que o que falamos indica o que sabemos e o que fazemos mostra o que somos.

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