O cego de Jericó – Parte 1

Jericó I

“46Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando. 47E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de Davi! Tem misericórdia de mim. 48E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! Tem misericórdia de mim. 49E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. 50E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus. 51E Jesus, falando, disse-lhe: que queres que eu te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. 52E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.” Marcos 10:46-52

 Física e psíquica

Situada na província da Judéia, a oeste do vale do Jordão, vinte e três quilômetros de Jerusalém e doze ao norte do mar Morto, a cidade de Jericó, ao tempo de Jesus, era a segunda cidade mais importante da Palestina.

Por ter um dos maiores oásis da região, pelas suas fontes de águas medicinais, pelos palácios construídos e pela beleza e luxo de suas moradias, erguidas pelas famílias ricas de Jerusalém, sempre mereceu a atenção dos viajantes, o que lhe propiciava um comércio intenso.

Com uma economia próspera, apresentava também agricultura farta, com a produção de árvores balsâmicas, palmeiras e figueiras.

A mensagem do evangelho (como vimos no capítulo Começando a estudar o evangelho) é toda ela direcionada ao espírito, o que preceitua que toda a região da Palestina está situada dentro de nós mesmos, não em outro lugar. E por ser a vida um processo de eleição pessoal, em que cada qual elege os seus valores e interesses, sempre vamos nos identificar com algum território que os textos apresentam.

Isto significa que cada cidade e ambiente apresenta características próprias e faz referência ao nosso plano íntimo e piso evolucional. Motivo pelo qual se alguém for estudar a Jericó sociológica e geográfica vai se perder, pois o evangelho é para o foro íntimo. Logo, a que nos interessa não é a do passado, mas a de hoje, para além do seu aspecto puramente físico.

Comércio e apego ao plano materialista

Área de intensa movimentação comercial, consistia na cidade preferida dos comerciantes em busca do lucro material. E por ter comércio desenvolvido, sua população estava habituada à grande circulação de dinheiro, de onde podemos concluir o quê? Que em se tratando de vida mental, Jericó simboliza o campo dos interesses materiais, a província psíquica vinculada aos interesses materialistas. É a região e faixa mental baseada no apego aos valores de natureza imediatista e transitória.

A identificamos pela eleição de vida nos parâmetros de natureza tangível, em que definimos como nossa prioridade a soma de componentes relacionados à vida efêmera.

Imprescindíveis que são, é fato que nós precisamos das questões materiais, e disso não se discute. Agora, uma coisa é passar por Jericó e outra coisa diferente é viver em Jericó. E muitas pessoas estruturam suas vidas nesta cidade. Nela fixam suas residências mentais por vibrarem exclusivamente com as respectivas faixas, e não abrem mão de jeito nenhum. Não abandonam esse ambiente de forma alguma, faça chuva ou faça sol, porque ele lhes proporciona a ideia de segurança e a razão de viver.

Assim, os que aí estão vibram quase que exclusivamente com o sistema materialista reinante. Todavia, nós vamos ver daqui a pouco o que acontece com esta cidade e com todo aquele que não se predispõe a sair dela de forma espontânea.

Faixa mental no subconsciente

“30E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.” Lucas 10:30

Em termos de altitude, é uma das cidades mais baixas da Terra, a 272 metros abaixo do nível do mar.

Agora, pense comigo. Enquanto Jerusalém, que simboliza as maiores conquistas do espírito e o direcionamento da mente aos padrões superiores da vida fica a 760 metros acima do mar, e sabendo que o nosso campo psíquico engloba todo o território da Palestina, você acha que Jericó, localizada a 272 metros abaixo do nível do Mediterrâneo, está mais para o superconsciente ou para o subconsciente?

A parábola do bom samaritano nos ajuda a responder, quando diz que “descia um homem de Jerusalém para Jericó”. Fica fácil concluir que em Jericó eu tenho o meu pensamento vibrando com as faixas inferiores, e que por consequência está mais para o piso de baixo. Segundo o texto, descer para Jericó significa descer das faixas elevadas mediante uma queda no subconsciente, onde se cai na mão de salteadores.

Referida passagem descreve o estado de queda moral do ser humano na busca desenfreada por aventuras em planos vibratórios menos felizes, e que por conta e risco próprios se submete ao ataque das trevas.

1 comentário em “O cego de Jericó – Parte 1”

  1. Concordo plenamente com a análise e interpretação, JESUS jamais, viria trazer ensinamentos que não fosse de fundo espiritual para nossa evolução.
    muito inspirado quem analisou esse texto. luz, paz, amor, e muita inspiração divina. braços

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