O cego de Jericó – Parte 8

Que queres que eu te faça?

Inquirição

“E Jesus, falando, disse-lhe: que queres que eu te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista.” Marcos 10:51

Jesus inquiriu o cego acerca do que ele queria. E ao perguntar “que queres que eu te faça”, embora imaginasse que o seu desejo era ver, demonstrou respeito e deixou o seu livre-arbítrio decidir. A misericórdia sabe o que precisamos, mas aguarda a nossa manifestação, espera uma postura pessoal para formar a linha de fechamento de circuito.

Além do que, o cego podia querer várias coisas, não podia? Podia querer um pedação de pão ou uma moeda, entre outras coisas. Ele não era mendigo?

O Mestre esperava, principalmente, a exteriorização da autenticidade daquela criatura que estava dando um passo absolutamente decisivo no seu plano operacional.

Clareza do objetivo

Bartimeu gritava utilizando a voz porque não enxergava, mas o que queria era ver. Soube responder, solicitando visão. Esse desejo sintetizava a estrutura de sua personalidade. E foi à fonte certa, porque se Jesus é a Luz do mundo a luz é com Ele.

Nós temos aprendido, e eu também me incluo nisso, óbvio, que não se promove uma reeducação e não se implementa o progresso sem um objetivo. Não há como encaminhar-se para uma nova etapa, e desenvolver o caminho dessa nova etapa, sem uma meta delineada. É imperativo saber o que queremos de determinada situação.

Precisamos optar, fixar o objetivo e ir em busca. Por exemplo, por que estamos aqui? Apenas para enriquecer o nosso campo mental, para sofisticar a nossa mente no campo intelectivo, ou nutrimos uma proposta real de crescimento?

Deve ser o nosso pedido

Mais interessante ainda foi a resposta dada. E quer mesmo saber? O propósito desse cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as circunstâncias.

Porque quando surge a oportunidade do encontro espiritual com Jesus, e Ele pergunta o que queremos, em muitas ocasiões não sabemos responder. Perdemos a oportunidade. Ou, então, manifestamos inconformação, mencionamos que o mundo se volta contra nós, que o peso sobre as nossas costas é muito grande e coisas assim.

E quando respondemos, muitas vezes fazemos de maneira indevida. Sem sensatez, limitamo-nos a solicitações descabidas que visam exclusivamente nossos caprichos pessoais. Por isso, do fundo do coração, vamos recordar o pobrezinho de Jericó.

Diante do Mestre não é preciso volumosa bagagem de rogativas. Peçamos forças para mudar o que puder ser mudado e, acima de tudo, o dom de ver. Ver com a exata compreensão das particularidades do caminho. Percebeu? Que o Senhor nos faça enxergar, no sentido de entender, com serenidade e o devido discernimento.

O ver

Ver é alcançar com a vista, é conhecer, enxergar, saber identificar. Essa faculdade significa não apenas detectar, afinal quem sabe ver detecta, sabe porque e para que vê. Daí, não basta apenas ver, é preciso saber ver. E todo aquele que tem bons olhos não vê o bom nem o ruim, compreende. A visão, sob esse aspecto da compreensão, abre para nós uma perspectiva nova objetivando um novo período, uma nova etapa.

Tantas vezes, para entendermos as situações do presente temos que saber enxergar o passado com os olhos do espírito, o que nos exige percepção e aprofundamento das causas. E nos sentimos mais felizes quando entramos no terreno das causas.

Você está passando por problemas de vulto? Se sim, paciência com as dificuldades e provas, porque tudo o que os nossos olhos identificam é passageiro, é transitório.

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