Seja feliz hoje – Parte 19

Misericórdia quero, não sacrifício II

Invista num ideal  

Quem tem objetivo definido consegue administrar com facilidade os percalços, e vai mais longe. Logo, defina objetivos claros. E passe a investir com carinho naquilo que o seu ideal indica. Abrindo novos lances, os fatores de sofrimento começam a ser saneados de forma mais rápida.

Às vezes, acontece de passarmos um, dois ou três dias debaixo de um sufoco danado, de um desconforto e entristecimento. Quase de um desânimo. Todavia, na hora que conseguimos superar essa etapa somos visitados por alegria incontida. Alegria que até nos faz sentir carinho por aqueles que nos cercam e não tem a visão para entender, ou que são instrumentos de sobrecarga para os nossos corações, no sentido de que eles também possam vivenciar o que estamos vivendo. Sentimos uma vontade imensa de transferir essa vibração para os outros e não conseguimos.

E sabe por que não conseguimos? Porque ela tem um sentido ou uma tonalidade diferente.

Não é uma euforia transitória e periférica como as que estamos acostumados, igual a de um circo, onde o palhaço faz a brincadeira e todo mundo bate palma, ri e pula na cadeira.

É outra. É um ponto na intimidade, alguma coisa que está vinculada a uma proposta de vida. É uma alegria como o evangelho define: “o mundo não vos pode dar”. Será que deu pra entender? Dizemos isso porque ela é incontida, pessoal e permanece. A gente a guarda pelos tempos.

Todos nós possuímos alguns momentos desses, resultantes de determinadas conquistas pessoais. Quando a misericórdia nos visitou e dizemos: “Não me esqueço daquele momento”.

Ao passo em que nos ajustamos a uma forma adequada, notamos que esses momentos passam a ser mais presentes na nossa vida. De forma que o importante é manter a capacidade de viver, para além de sobreviver. Quanto mais árdua a luta, maior a vitória. Buscando e encontrando padrões que nos propiciem tranquilidade, a gente chega lá.

Misericórdia quero

“Ide, porém, e aprendei o que significa: misericórdia quero, e não sacrifício.” Mateus 9:13

Quando formos visitados pela queda vibracional da tristeza, da inconformação e da depressão, vamos abrir o coração com carinho para entender que essas posturas não justificam.

O caminho que conduz à felicidade é estreito, não escuro e sombrio. Estreito significa difícil, não lúgubre. A despeito das lutas que nos visitam na realidade terrestre, temos que aprender a vibrar com os padrões superiores e usufruir dos valores que nos são concedidos, ainda que a barra esteja de algum modo enegrecida, complexa e difícil.

Esforcemo-nos para sorrir ante os padrões que a vida oferece e manter no rosto um sorriso constante. Além do que, vale ressaltar que sorrindo o trabalho fica mais alegre.

Se, por um lado, não podemos nos investir contra os fatos, quanto mais  abrirmos o coração e mantermos viva a oportunidade de amar e sorrir, de entender e compreender, mais força e tranquilidade teremos para nos situar dentro dos impactos.

Então, temos que nos habituar a ficar feliz, seguro e natural. Porque fazendo as coisas com amor e boa vontade não fica pesado. E a continuidade dessa serenidade nos possibilita viver embaixo de um fluxo de luz. Além do que, em tudo há modificações constantes. A cada momento as coisas se alteram. Tanto no lar, quando no grupo a que estamos ajustados, seja este profissional ou social, notamos que modificações sempre ocorrem.

Isso está na colocação de Jesus: “misericórdia quero, e não sacrifício” (Mateus 9:13).

Quantas vezes temos que operar com sacrifício, não é mesmo? E até falamos coisas do tipo: “Se dependesse de mim eu não faria, mas vou fazer.” Percebeu? Isso é sacrifício.

Misericórdia, por sua vez, é quando somos capazes de vivenciar uma situação que não é aquela que gostaríamos, mas a vivemos com segurança e paciência, e ainda somos capazes de evidenciar positivamente o coração daquele que está sendo o nosso verdugo.

Ou seja, no momento em que começamos a sentir que o que estamos fazendo, e que não queríamos fazer, não apresenta o grito da inconformação e da indisposição, passamos a notar que o que era sacrifício passa a se expressar sob a feição da misericórdia.

Conclusão

“Das notas que tenho visto, esta não sai da lembrança: Quem anda com Jesus Cristo, não segue sem esperança.” Pedro Silva – Livro Recanto de Paz (Francisco Cândido Xavier/espíritos diversos)

Preste atenção no seguinte. Os problemas contundentes que nos alcançam não surgem do acaso. Afinal, somos pessoas discernidas para compreender que não existe efeito sem uma causa anterior e que ninguém colhe algo sem ter semeado anteriormente.

Nesse aspecto, fica fácil observar que comumente existe um período a ser vivenciado. Periodicamente vamos bater nessa tecla. Sempre que precisar, vamos repetir.

O tempo é o grande equacionador das dificuldades. É ele quem as soluciona, razão pela qual é preciso inteligência e sabedoria para esperá-lo fazer a purificação e assepsia.

A colocação de Jesus (misericórdia quero, e não sacrifício) define a abrangência do entendimento. Sabe quando se dá a redenção? Quando o sacrifício cede lugar à misericórdia.

Quanto mais você se ajusta sem passividade crassa, contumaz e complexa,  mais você vive tranquilo. Na medida em que o sacrifício se transforma em um plano de aceitação natural, ele perde a intensidade coercitiva e se amplia a espontaneidade. Se eu pego uma vassoura para varrer, por exemplo, e a cada vassourada reclamo, é sacrifício. Agora, se a cada vassourada olho se ficou limpinho, e se for o caso volto lá e passo um pano depois, isso já é misericórdia.

Esforçando-nos para tornar os efeitos em nossa vida cada vem mais brandos, deixamos de sofrer uma pressão de fora para dentro para evoluirmos pela assimilação de valores que precisarão, aos poucos, serem digeridos, metabolizados e aplicados na caminhada.

Sem contar que melhoramos nossos passos quando damos o devido valor a cada situação, por mais desconfortável que seja. Por aí nos tornamos merecedores de novos recebimentos.

Isto é fácil? De forma alguma. É um desafio tremendo para nós, e conquista da maior importância. Aliás, estamos lutando, e temos que lutar intensamente para chegarmos nessa posição. Esse é o evangelho que a gente precisa viver: o evangelho de amor.

E vale deixar outro registro: quando o amor está presente a gente nota que tudo vai com mais facilidade. Fazendo escolhas acertadas, e se mantendo nelas, obtemos forças.

Não se esqueça de manter elevado o grau de entusiasmo e ânimo. Lembre-se que suas decisões, nas horas graves, identificam a posição real de seu espírito. Trabalhe o mundo íntimo, cultive a confiança e entregue à sabedoria divina a ansiedade que te procura. E confie, porque o sol reaparecerá amanhã no horizonte e a paisagem será diferente.

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